quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

II Concurso de Desenho Infantil: inscrições de 1 de fevereiro a 1 de maio de 2011

Foi lançada, por ocasião da III Conferência Brasileiros no Mundo, a segunda edição do Concurso de Desenho Infantil "Brasileirinhos no Mundo", para crianças brasileiras entre 6 e 11 anos de idade residentes no exterior. Com o tema "A minha brasileira favorita / O meu brasileiro favorito", o concurso visa a promover e conservar vínculos culturais e de identidade das novas gerações de brasileiros no exterior com seu país de origem.
Art. 1º. O Concurso visa a promover e divulgar o interesse pelo Brasil entre o público infantil brasileiro residente no exterior. Em sua segunda edição, o tema dos desenhos será o modo como o menor brasileiro recorda ou imagina a sua/seu seu brasileira(o) favorita(o), que pode ser parente, amigo, personagem histórico celebridade, personagem fictício ou animal.
Art. 2º. Poderão inscrever-se no Concurso cidadãos brasileiros que residam no exterior e que tenham, na data da inscrição, entre 6 e 11 anos de idade.
Art. 3º. Na forma da Lei Civil, é vedada a participação no Concurso de parentes ou afins de membros da Comissão Julgadora e de servidores do Ministério das Relações Exteriores.
CAPÍTULO II – Das inscrições
Art. 4º. As inscrições deverão ser feitas por e-mail intitulado "Inscrição - Prêmio de Desenho Infantil Brasileirinhos no Mundo" para o seguinte endereço eletrônico: brasileirinhos@itamaraty.gov.br
Art. 5º. As inscrições deverão conter as seguintes informações:
Título do Desenho:
Nome e idade do Autor:
Endereço:
Cidade:
País:
E-mail:
Telefone:
Número do Passaporte do menor e de um adulto responsável:
Cópia de documentação comprobatória de residência no exterior (qualquer conta ou documento com nome de um dos pais) enviada ou juntamente com o desenho ou em versão digital, acompanhando o e-mail de inscrição.
Art. 6º. Ao efetivar a inscrição, o candidato e seus responsáveis estarão, automaticamente, concordando com as regras do Concurso, inclusive a cessão ao MRE do direito autoral do desenho, assim como do direito de publicação do mesmo, conforme estabelece o art. 111, caput, da Lei 8.666, de 21/06/1993.CAPÍTULO III – Dos Desenhos
Art. 7º. Cada concorrente poderá participar com apenas um desenho. Os desenhos poderão ser desenvolvidos em todas as modalidades (aquarelas, guaches, marcadores e outras mídias) e utilizando todas as técnicas (colagens, tecidos e materiais diversos, entre outros), devendo ser apresentados em papel de desenho, de qualquer tipo, de formato A3. Recomenda-se mídias outras que não apenas lápis de cor.
Art. 8º. O desenho deverá ser, obrigatoriamente, inédito. Entende-se por inédita a obra não editada e não publicada (parcialmente ou em sua totalidade) em qualquer meio de comunicação.
CAPÍTULO IV – Do Envio dos Desenhos
Art. 9º. O envelope com o desenho deverá ser enviado para qualquer Consulado ou Embaixada do Brasil no país de residência do candidato, constando do envelope de encaminhamento a indicação Prêmio de Desenho Infantil Brasileirinhos no Mundo, valendo a data de recebimento no Consulado ou Embaixada. Todos os trabalhos deverão ser identificados no verso do desenho com o nome do autor e cidade de residência. Não deverá haver identificação do autor no desenho em si.
Art. 10º. Os trabalhos deverão ser entregues sem ser dobrados e devidamente acondicionados.
Art. 11º. Os Postos do Brasil no exterior serão responsáveis pelo envio dos desenhos, por meio de mala diplomática, para a Subsecretaria-Geral das Comunidades Brasileiras no Exterior do Ministério das Relações Exteriores do Brasil.
CAPÍTULO V - Prazos
Art. 12º. O período para entrega das inscrições e dos desenhos será de 01/02/2011 a 01/05/2011. Os concorrentes inscritos no Concurso terão o prazo de até 01/05/2011, para enviarem seus desenhos a uma das unidades da rede de missões diplomáticas ou consulares brasileiras no exterior, valendo a data de recebimento no Posto como a de entrega do trabalho.
Art. 13º . Serão desconsideradas as inscrições e os desenhos recebidos após o prazo estipulado no artigo 12º.
Art. 14º . A Comissão Julgadora terá o prazo de até 30/06/2011 para reunir-se, selecionar os premiados e divulgar os resultados finais.
CAPÍTULO VI - Da Seleção
Art. 15º. A Comissão Julgadora será integrada por até nove pessoas entre personalidades de reconhecidos mérito no campo de artes plásticas, professores ou críticos de arte. Integrará a Comissão Julgadora um diplomata brasileiro. Não haverá remuneração financeira aos membros da Comissão Julgadora.
Art. 16º. A Comissão Julgadora, cuja composição será publicada no portal “Brasileiros no Mundo”, escolherá os dez melhores trabalhos bem como dez “menções honrosas”.
Art. 17º. A Comissão Julgadora selecionará os desenhos a serem premiados consoante os seguintes critérios: técnica, originalidade e criatividade.Parágrafo Único - A decisão da Comissão Julgadora é soberana, não se admitindo recurso, podendo a mesma, inclusive, deixar de conferir a láurea.
Art. 18º. Os membros da Comissão Julgadora reunir-se-ão para, em votação individual e secreta, eleger os 10 melhores desenhos e 10 menções honrosas. O resultado da votação da Comissão Julgadora será divulgado em evento próprio para esse fim, a ser realizado na cidade de Brasília, Distrito Federal, sendo a seguir publicado na página “Brasileiros no Mundo” do Ministério das Relações Exteriores, em www.brasileirosnomundo.mre.gov.br

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Acompanhe encontro de conselheiros CRBE nos EUA

Vídeo reunião na Flórida

8 de janeiro de 2011

Reunião sobre a III Conferência, dia 5 de fevereiro, em Zurique

O Consulado Geral do Brasil em Zurique convida para uma Tarde de Informação sobre os
resultados da III Conferência Brasileiros no Mundo.
Data: 05 de fevereiro de 2011
Horário: 15 às 18 horas
Local: Zentrum Karl der Grosse, Kirchgasse 14, 8001 Zurique
Inscrições pelo telefone ++41 44 206 90 36 ou por E-Mail: embaixadora@consuladobrasil.ch
Os lugares são limitados!
Apoio: Conselho Brasileiro na Suíça e ABEC 

Ajuda Humanitária enchentes Rio de Janeiro

As doações em dinheiro para as vítimas das enchentes podem ser feitas através das contas abaixo, divulgadas pelo Governo brasileiro. Do exterior, basta recorrer à uma agência de transferência de dinheiro ou à um banco (neste caso, será necessário pesquisar código BIC do banco de recebimento no Brasil e código IBAN da conta beneficiária):


SOS Teresópolis- Donativos.
Banco do Brasil.
BIC/SWIFT: BRASBRRJSBO
Agência: 0741-2

IBAN: 001074120001100009
CNPJ - 29.138.369/0001-47
Prefeitura de Teresópolis  

SOS Teresópolis - Donativos.
Caixa Econômica Federal.
Agência: 4146
C/C: 2011-1
CNPJ - 29.138.369/0001-47

Prefeitura de Nova Friburgo.
Banco: Banco do Brasil.

BIC/SWIFT: BRASBRRJSBO
Agência: 0335-2
IBAN: 001033520001200003

Defesa Civil - RJ.
Banco: Caixa Econômica Federal.
Agência: 0199
Operação: 006
Conta: 2011-0

Viva Rio (organização não-governamental).
Banco: Banco do Brasil.

BIC/SWIFT: BRASBRRJSBO
Agência:1769-8
IBAN: 001176980004113969
CNPJ: 00343941/0001-28

Conta internacional da Viva Rio:
Banco do Brasil
New York - 600 5th Avenue 3rd floor
NY 10020
C/C: 100065090
ABA 026003557
Swift code: BRASUS33






quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Reunião dia 23 de Janeiro, em Nagoya, Japão

No próximo domingo 23 de Janeiro, das 13 às 16 horas, será realizada a primeira reunião aberta à comunidade brasileira dos Conselheiros eleitos pela região Região "Ásia, África, Oriente Médio e Oceania" após a III Conferência Brasileiros no Mundo.
Solicita-se confirmação de presença dos participantes.
Endereço: Colégio Brasil Japão
Aichi-ken, Nagoya-shi, Minato-ku, Shinfune-cho 1-1-4
Telefones: ++81 52 455 00 71 ou ++81 52 654 77 62

Vale a pena ler!

Boletim da PICUM (Plataforma para a cooperação internacional sobre migrantes em situação irregular):
http://www.picum.org/sites/default/files/data/newsletters/pt/nl_pt_07-12-2010.pdf  

EUA
O Departamento de Segurança Interna anunciou que mais de 392 mil imigrantes ilegais foram deportados dos Estados Unidos no ano fiscal de 2010, o número mais alto na história do país. Os funcionários atribuíram os números ao aumento de vigilância de fronteira, à aplicação da lei no local de trabalho e a uma expansão do programa do Departamento de Comunidades Seguras. As Comunidades Seguras, que utilizam impressões digitais para identificar os imigrantes ilegais em prisões estaduais e cadeias locais, passou de 14 jurisdições em 2008 para mais de 660. As autoridades dizem que o programa será expandido para todas as jurisdições a aplicação da lei no país até 2013. Uma coligação de grupos dos direitos de imigrantes, consideram os números enganosos e afirmaram que as

estatísticas mostram que quase 80% das pessoas detidas através do programa de Comunidades Seguras não eram criminosas ou foram presas por pequenos delitos.
Fonte: LA Times, 6 de outubro de 2010, http://latimesblogs.latimes.com/lanow/2010/10/record-number-of-deportations-of-illegal-immigrants-in-fiscal-2010-officials-announce.html
No estado do Arizona, os queixosos no caso Friendly House, et. al. vrs. Whiting, et al. ganharam uma importante vitória jurídica no seu desafio constitucional a SB 1070, a lei do Arizona da discriminação racial. Entre outras coisas, o Tribunal da Comarca dos EUA para o distrito do Arizona concluiu que o pedido dos queixosos de discriminação racial como um fator motivador para a promulgação da SB 1070, estabeleceu um desafio à lei válido constitucionalmente. A decisão foi um primeiro passo importante para contestar a lei.
Fonte: Centro Nacional Legal de Imigração (NILC), 8 de outubro de 2010, http://www.nilc.org/pubs/news-releases/nr032.htm
Durante as eleições intercalares nos Estados Unidos, o tema da imigração foi destaque nas campanhas de Estado. No estado do Arizona, um candidato participou em campanhas negativas e enviou aos eleitores uma propaganda política que mostrava um sinal de stop marcado com balas e um texto que dizia que por causa do seu adversário, que tinha votado contra a SB 1070 (a lei de imigração polémica que levou à desaprovação veemente de organizações de direitos civis), haveria mais perigo nos bairros. Do outro lado do anúncio, uma foto de um bebé de cabelo louro e olhos azuis com um texto que diz, porque o político não apoiou a aprovação da polémica lei de imigração, mais drogas e violência entrarão nos bairros, escolas e comunidades.
Fonte: AlterNet, 13 de outubro de 2010,
http://tpmdc.talkingpointsmemo.com/2010/10/az-gop-mailer-dem-is-letting-illegal-immigrants-shoot-up-our-neighborhoods.php
No estado do Novo México, a recém-eleita governadora republicana Susana Martinez, disse que não queria uma lei anti-imigrante semelhante ao Arizona no seu estado. No entanto, ela disse que tentaria revogar uma lei estadual que permite que os imigrantes indocumentados obtenham cartas de condução no estado. Os estados de Novo México, Utah e Washington permitem que imigrantes indocumentados obtenham cartas de condução, porque a lei estadual não exige prova de cidadania ou residência legal.
Fonte: USA Today, 8 de novembro de 2010, http://content.usatoday.com/communities/onpolitics/post/2010/11/new-mexico-susana-martinez-immigration-arizona-law-/1
EUROPA
A FRONTEX publicou o seu relatório trimestral sobre a migração irregular. O relatório fornece uma visão geral das tendências sobre a migração clandestina nas fronteiras externas da UE, entre abril e junho de 2010. A Agência concluiu que as travessias ilegais estão em declínio. Segundo a FRONTEX, isto é devido à diminuição das oportunidades de emprego na Europa e às mais rigorosas políticas de migração e asilo nos Estados Membros da UE, incluindo acordos bilaterais com países terceiros.
Fonte: Boletim de informação ENAR 
FRONTEX
http://www.frontex.europa.eu/situation_at_the_external_border/art21.html 
De acordo com o relatório da FRONTEX, os brasileiros estão no topo da lista dos estrangeiros mais barrados nos aeroportos europeus (sobretudo no Reino Unido, Espanha, Portugal e França). E em quarto lugar na lista dos estrangeiros control
ados na Europa em situação irregular, depois dos albaneses, marroquinos e afgãos!!




terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Núcleo de apoio a trabalhadores brasileiros retornados em São Paulo

De braços abertos aos retornados 
Núcleo de apoio a trabalhadores brasileiros que voltam do exterior é inaugurado em São Paulo. Entre os objetivos está o de orientar o trabalhador quanto à reinserção no mercado de trabalho

Brasília, 07/01/2011 - O ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, inaugura na próxima segunda-feira (10), no bairro da Liberdade, em São Paulo, o Núcleo de Informação e Apoio aos Trabalhadores Brasileiros Retornados do Exterior. Além de conhecer o perfil do trabalhador que regressa do exterior - principalmente do Japão -, o Núcleo terá como objetivo prestar orientação quanto ao acesso a serviços públicos e auxiliar na reinserção ao mercado de trabalho. A expectativa é de que sejam atendidos cerca de 200 trabalhadores por mês.
Os maiores fluxos de retorno de brasileiros do exterior são oriundos do Japão e dos Estados Unidos, países que tiveram forte impacto da crise financeira, iniciada em 2008, segundo estudos do Conselho Nacional de Imigração (CNIg). No caso do Japão, informações de autoridades japonesas apontaram para um retorno de cerca de 80 mil brasileiros entre outubro de 2008 e abril de 2010, representando mais de 20% dos 317 mil brasileiros registrados no Japão em dezembro de 2007.
"Muitos desses brasileiros residiram durante anos no exterior e, em vários casos, apresentam dificuldades em se reintegrar ao mercado de trabalho brasileiro. Estes trabalhadores têm conhecimentos e qualificações adquiridas no exterior, mas, por falta de orientação, desperdiçam importantes oportunidades", avalia o Coordenador Geral de Imigração do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e presidente do Conselho Nacional de Imigração (CNIg), Paulo Sérgio de Almeida.
Segundo Almeida, muitas vezes o brasileiro retornado que não consegue se readaptar ao mercado de trabalho tenta migrar novamente ao exterior, engrossando o fluxo emigratório brasileiro. "Neste sentido, a criação de pontos de apoio aos brasileiros retornados revela-se medida de enorme alcance social, particularmente em relação àqueles que necessitam de informação, orientação e apoio para sua reinserção no mercado de trabalho brasileiro", destacou.
Núcleo - O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) decidiu implementar, por recomendação do CNIg, um ponto de recepção e apoio a brasileiros regressados do exterior - especialmente do Japão - na cidade de São Paulo. O bairro da Liberdade foi escolhido justamente por concentrar a maior parcela da comunidade oriunda daquele país.
Para Almeida, o Núcleo de Informação e Apoio a Trabalhadores Brasileiros Retornados do Exterior significa o reconhecimento de uma nova tendência migratória dos fluxos internacionais do Brasil: o aumento no retorno de brasileiros que viviam no exterior e que decidiram voltar para 'casa'.
O coordenador explica que tal movimento tem ocorrido por vários fatores, entre eles a crise que assola as principais economias desenvolvidas, gerando desemprego e redução de salários para muitos brasileiros emigrantes. "Além disso, outros fatores também têm sido considerados, como o endurecimento das políticas em relação aos imigrantes nos EUA e nos países europeus, gerando uma onda de discriminação e xenofobia; e especialmente o crescimento da economia brasileira, com uma sensível melhora no mercado de trabalho, aliada à melhora da imagem do Brasil no exterior".
Casa do Trabalhador - A criação do Núcleo junta-se a outras iniciativas do MTE em atenção aos trabalhadores brasileiros emigrantes ao exterior. Uma delas é a Casa do Trabalhador Brasileiro no Japão, parceria do MTE com o Itamaraty apoiada pelo Ministério do Trabalho do Japão. Lá, o trabalhador brasileiro pode obter informações sobre como resolver seus problemas em relação ao trabalho naquele país e ainda informações sobre um possível retorno ao Brasil. Outra importante iniciativa é a criação de mecanismos bilaterais de consulta entre o MTE e os Ministérios de Trabalho dos países onde estão as principais comunidades brasileiras no exterior.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Quem são os BRASILIBANESES

Roberto Khatlab



No Líbano, 10 mil ‘brasilibaneses’ falam o português e perpetuam os costumes verde-amarelos


Brasil e Líbano: duas nações de grandes contrastes geográficos, econômicos e sociais. A superfície brasileira é de 8,5 milhões de km², ou 830 vezes a área do País do Cedro, que é de 10.452 km²; a população do Brasil é de mais de 180 milhões de habitantes, ou 45 vezes mais do que a população libanesa, estimada em quatro milhões. O Brasil é um país rico em recursos naturais e é um grande exportador. O Líbano é um país importador e um exportador limitado. Apesar de todas essas diferenças, onde esses dois países convergem? Sua base comum é a cooperação, conseqüência de uma emigração libanesa fecunda e evolutiva que permite o desenvolvimento contínuo das relações entre os dois povos.


A grande emigração libanesa para o Brasil data dos anos 1880, o que leva o Brasil a abrir seu primeiro consulado honorário em Beirute no ano de 1911, sob o Império Otomano. Nos anos 1920, sob o mandato francês, três por cento dos libaneses emigrados para o Brasil retornaram ao Líbano, tomados de nostalgia depois de juntar um pouco de dinheiro, que eles investem em diversos setores da economia libanesa. E em 1930 o Brasil envia seu primeiro cônsul-geral, que se instala em Beirute. Em 1948, os dois países assinaram uma primeira convenção cultural; depois, em 1951, uma convenção sobre transporte aéreo abriu o caminho para a inauguração da rota São Paulo-Beirute: Panair do Brasil (1961-66), Varig (1967) e MEA (1995-98). Essas duas convenções foram modificadas em 1997, com a primeira se tornando um acordo de cooperação cultura e educacional.


Em 1954, o presidente Camille Chamoun visita seu homólogo brasileiro, o presidente Getúlio Vargas. Naquela ocasião, um tratado de amizade, comércio e navegação foi assinado entre os dois países, seguido da abertura das embaixadas do Brasil em Beirute e do Líbano no Rio de Janeiro. Em 1961 , um consulado honorário do Brasil foi igualmente inaugurado em Trípoli, no norte libanês. Tendo em vista a intensificação das relações entre os dois países, a embaixada do Brasil no Líbano cresceu com o estabelecimento, em 2005, de um consulado-geral autônomo. No Brasil, a embaixada libanesa foi transferida em 1961 para Brasília, a nova capital. O Líbano dispõe, também, de dois consulados-gerais – em São Paulo e no Rio de Janeiro – bem como consulados honorários em Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte e Fortaleza.


A comunidade dos “brasilibaneses” – um neologismo com o qual eu identifico os cidadãos binacionais líbano-brasileiros no Líbano – conta com cerca de 10 mil pessoas (sem incluir aqueles que retornaram ao Brasil sem ter obtido a nacionalidade). Em 1954, o banqueiro Jean Abou-Jaoudé funda, em Beirute, a Associação da Amizade Brasil-Líbano, que está em atividade até hoje. Os “brasilibaneses” estão presentes em todo o território libanês, do Norte (Dar Beechtar...) ao Sul (Kabrikha...), mas principalmente no Bekaa, onde existem aldeias inteiras – como Sultan Yaacoub, Kamed-Lawz e Ghazzé – com 90% de “brasilibaneses” que falam fluentemente o português e perpetuam os costumes brasileiros (gastronomia, música, arquitetura, agricultura...).


Uma das principais ruas de Zahlé, a capital do Bekaa, é chamada de “rua Brasil”. Existe outra “rua Brasil” em Beirute, perto do porto. Em Byblos fica a pequena capela de Nossa Senhora da Penha do Rio de Janeiro. Em Trípoli, o grande arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer desenhou o prédio que abrigou a Feira Internacional. E por todo o Líbano depara-se com nomes em português de lojas, indústrias, produtos e outros, com o Brasil influindo também nos hábitos libaneses, com o café, e sua bandeira nacional passando a fazer parte da paisagem local em época de Copa do Mundo de futebol.


Com o fluxo e refluxo dos libaneses, as relações diplomáticas, as visitas de personalidades e os acordos entre os dois países vêm aumentando consideravelmente. Em 2002, uma convenção universitária foi assinada entre, de um lado, a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no Rio Grande do Sul, e, do outro, a Universidade Libanesa (UL), bem como a Université Saint-Esprit de Kaslik (USEK).


Em 2003, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitou o Líbano. Essa visita foi a primeira de um chefe de Estado brasileiro para o Oriente Médio desde as viagens do imperador D. Pedro II pela região, em 1871 e 1876, e se traduziu numa vontade comum de consolidar as relações bilaterais.


Em 2006, um memorando foi assinado entre o Núcleo de Estudos Libaneses (NEL-UFSM) e o Libanese Emigration Research Center (LERC), da Notre Dame University (NDU) para intercâmbios acadêmicos em matéria de estudos sobre a emigração. No mesmo ano, o ministro brasileiro da Educação, Fernando Haddad, de origem libanesa, visitou o Líbano e assinou com seu homólogo libanês, o ministro Khaled Kabbani, uma convenção de intercâmbio acadêmico entre os dois países. É nesse quadro que o primeiro seminário de intercâmbio acadêmico Brasil-Líbano foi realizado em Brasília, em agosto de 2007, com vistas ao desenvolvimento das relações no nível universitário. Em 2010 a Universidade Federal do Parana (UFPR) assinou convenio universitario com a Universidade Saint-Esprit de Kaslik (USEK), Libano na qual tem o Centro de Estudos e Culturas da America Latina (CECAL-USEK).


Dois professores brasileiros de origem libanesa viajaram ao Líbano para realizar estudos de pós-doutorado: a Dra. Jalusa Abaide, da UFSM, que desenvolveu estudos na área do Direito e do Meio Ambiente na USEK, e o Dr. Jamil Zogheib, da Universidade do Paraná, que realiza atualmente uma pesquisa sobre o tema “Psicologia e violência”. Um terceiro professor brasileiro acaba de desembarcar no Líbano para ministrar cursos de língua e literatura brasileiras na Universidade Libanesa. Ressalta-se, ainda, que muitos libaneses têm se especializado no Brasil, particularmente na área médica da cirurgia plástica.


Num outro plano, o Líbano tornou-se um dos principais países importadores de rebanho vivo do Brasil, em um total equivalente a 70 milhões de dólares entre janeiro e novembro de 2007. Nesse mesmo período, o Brasil exportou para o Líbano produtos no montante de 186 milhões de dólares e importou do país um total de 13,6 milhões de dólares em produtos. Um importante comércio triangular, ultrapassando esses números, foi também estabelecido no Líbano com a aquisição de produtos brasileiros que são exportados para outros países do Oriente Médio e para o Leste da Europa.


Os “brasilibaneses” presentes no Líbano desempenham importante papel em muitas atividades locais – industriais, comerciais ou de serviços – e se destacam com freqüência na sociedade e na política. Citemos as famílias Makari, Abou-Jaoudé, Chartouni, Mourad, Sayegh, Eddé, Zoghby, Obeid, Chaoul, Labaki, Takla, Farhat, Fenianos... São sobrenomes libaneses, mas que têm, por vezes, outros sobrenomes maternos, como Silva, Oliveira, Santos...


Existe, por conseguinte, uma vontade concreta de desenvolver as relações econômicas, turísticas, culturais e acadêmicas entre os dois países e de estabelecer, finalmente, verdadeiros contatos entre os emigrados, com a criação de oportunidades de trabalho no Líbano. Os milhares de “brasilibaneses” e outros libaneses se beneficiarão disso, certamente, permitindo, assim, que seja freada a partida dos jovens que retomam, hoje, o caminho da emigração.
“Sem emigração, nós não poderíamos viver”, dizia Michel Chiha. “Mas se a emigração se torna muito importante, nós poderíamos morrer”.


Roberto Khatlab - Pesquisador e historiador com estudos em filosofia e teologia oriental, história e arqueologia. Atualmente é diretor do Centro de Estudos e Culturas da America Latina da Universidade Saint-Esprit de Kaslik (CECAL-USEK), pesquisador do Lebanese Emigrants Research Center da Notre Dame University (LERC-NDU) e pesquisador associado ao Museu Nacional do Rio de Janeiro, RJ.


[Traduzido, do francês, por Jorge Jreissati]
Texto publicado originalmente no diário L’Orient-Le Jour)

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Discurso ministro Patriota

Brasília, 2 de janeiro de 2011
 

Minhas primeiras palavras são de agradecimento à Senhora Presidenta da República pela honra com que me distingue ao nomear-me Ministro das Relações Exteriores.
Com entusiasmo antecipo a distinção de servir à primeira mulher a presidir o Brasil. A eleição de uma Presidenta é um acontecimento de importância intrínseca: é mais uma expressão concreta dos ideais de justiça, eqüidade e democracia que nos unem a todos como cidadãos brasileiros. Nossa Presidenta, Dilma Rousseff, representa honestidade intelectual, espírito público, destemor em face de desafios de qualquer tamanho, sensibilidade e humanismo.  Para o Itamaraty, representa a certeza de que o Brasil continuará a afirmar-se como um interlocutor cada vez mais ouvido e respeitado no plano internacional. 

Querido Embaixador Celso Amorim, meu Chefe por tantos anos – e sempre amigo. Vossa Excelência foi e seguirá sendo, para mim e para muitos de nós, fonte permanente de estímulo e inspiração. Foi na gestão de Vossa Excelência que o Brasil se consolidou, a um só tempo, como um país sul-americano convicto e um ator de influência mundial. Seu legado será referência incontornável em nossa História Diplomática. Faço votos de que, ao lado de nossa querida Ana Maria, seja muito feliz nesta nova etapa da vida. Ainda que de formas distintas, tenho certeza de que o Brasil continuará contando com a força de seu intelecto e sua coragem moral.
Para corresponder à confiança em mim depositada pela Presidenta Dilma Rousseff, dependerei de esforços coletivos, que envolverão necessariamente a valiosa colaboração e dedicação de todos os colegas: funcionários diplomáticos e administrativos, na Secretaria de Estado e nos Postos no exterior.
 Aproveito esta cerimônia de transmissão de cargo para oficializar o convite ao Embaixador Ruy Nogueira para assumir a Secretaria-Geral das Relações Exteriores. Sua vasta experiência, seu profissionalismo, sua integridade pessoal serão particularmente apreciados neste momento em que enfrentamos uma agenda externa crescentemente ampla e complexa, e capacitamos o Itamaraty para defender os interesses de um novo Brasil.
 Atuarei em estreita cooperação com o Secretário-Geral, com os Senhores Subsecretários e demais Chefias da Casa para levar adiante uma gestão inclusiva e integradora. Uma gestão que continue a valorizar a nossa principal vantagem comparativa, que são os recursos humanos, e que busque valer-se das novas tecnologias da informação para modernizar nossos métodos de trabalho.
 Acredito que a escolha de um diplomata de carreira para o cargo de Ministro das Relações Exteriores pode ser interpretada como uma demonstração de respeito pelos quadros especializados deste Ministério e de reconhecimento por nosso compromisso com o Estado brasileiro – um Estado que se coloca cada vez mais a serviço da sociedade como um todo, e dos menos favorecidos em primeiro lugar.
Senhoras e Senhores, caros colegas,
Orientaremos a ação externa do Brasil preservando as conquistas dos últimos anos e construindo sobre a base sólida das realizações do Governo do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O Brasil mudou muito em relativamente pouco tempo. Em um ambiente de liberdade de expressão e participação crescente de setores antes excluídos no processo político, logrou-se conciliar crescimento econômico com distribuição de renda, em contexto de

aprofundamento de nossa democracia. Foram obtidos avanços no respeito aos direitos humanos, na valorização da cidadania, na modernização da atividade econômica, na promoção de um desenvolvimento mais justo e ambientalmente sustentável.
Deixamos para trás o tempo em que um acúmulo de vulnerabilidades nos limitava o escopo de ação internacional. Não subestimamos o muito que ainda precisamos realizar para garantir a cada brasileiro e brasileira educação e saúde de qualidade, segurança e oportunidades dignas de trabalho. Mas adquirimos uma autoridade natural para nos engajarmos em todos os grandes debates e processos decisórios da agenda internacional – políticos, econômicos, comerciais, ambientais, sociais, culturais.
É possível afirmar que, entre os pólos que configuram a nova geopolítica deste início de século, o Brasil, com sua tradição de paz e tolerância, se posiciona como um ator que reúne características privilegiadas para a promoção de modelos mais inclusivos de desenvolvimento e para o fortalecimento da cooperação entre as nações por intermédio de mecanismos de governança mais representativos e legítimos.
Permaneceremos atentos para evitar que os círculos decisórios que se formam em torno das principais questões contemporâneas reproduzam as assimetrias do passado, ignorando as aspirações legítimas dos que não os integram. Os G-20s e outros agrupamentos restritos só conseguirão consolidar sua autoridade se permanecerem sensíveis aos anseios e interesses dos mais de 150 países que não se sentam em suas reuniões.
Precisamos nos preparar para uma demanda por mais Brasil em todos os temas da frente externa. Dispomos para isso de uma apreciável rede de Postos no exterior, cujo ritmo de expansão tenderá a desacelerar-se. Mas precisaremos continuar a formar quadros que nos garantam um nível de profundidade reflexiva autônoma e de eficácia operacional compatíveis com nosso perfil de ator global.

Devemos ter presente que, como a sétima economia do mundo, e havendo implementado um conjunto de políticas econômicas e sociais que têm produzido resultados tangíveis, o Brasil gera uma expectativa natural, em searas de cooperação as mais diversificadas, junto a países menos desenvolvidos – na América Latina e no Caribe, na África, no Oriente Médio e na Ásia. Nossa capacitação em termos de prestação de cooperação técnica, de assistência na adoção de políticas públicas bem sucedidas ou de ajuda humanitária – não obstante os avanços consideráveis dos últimos anos – precisará modernizar-se para atender a essa demanda. 
Deparamo-nos hoje com um mundo em que os consensos de outras eras são cada vez mais questionados e os antigos formadores de opinião encontram dificuldade crescente para fazer prevalecer suas idéias. As aventuras militares e as práticas econômicas irresponsáveis que desestabilizaram a ordem internacional nos últimos anos exigem que cada participante do sistema assuma plenamente seu papel no tratamento de questões que afetam a todos indiscriminadamente. O Brasil não se furtará a defender interesses nacionais específicos e imediatos, mas tampouco deixará de afirmar sua identidade em função de objetivos sistêmicos amplos, vinculados a valores que nos definem como sociedade. Continuaremos a privilegiar o diálogo e a diplomacia como método de solução de tensões e controvérsias; a defender o respeito ao direito internacional, à não-intervenção e ao multilateralismo; a militar por um mundo livre de armas nucleares; a combater o preconceito, a discriminação e a arbitrariedade; e a rejeitar o recurso à coerção sem base nos compromissos que nos irmanam como comunidade internacional.
Um breve olhar sobre o mundo que nos envolve nos revelará o acerto das opções dos últimos anos na promoção de agendas de ordem sub-regional, regional e global que se complementam ao mesmo tempo em que se ampliam – o que não impede que busquemos adaptações e reconsideremos certas ênfases, em função de desdobramentos nos planos interno e externo.
Ancorados em nosso entorno sul-americano, teremos a nossa disposição um MERCOSUL robusto e uma UNASUL crescentemente coesa. Compete-nos completar a transformação da América do Sul em um espaço de integração humana, física, econômica, onde o diálogo e a concertação política se encarregam de preservar a paz e a democracia. Onde os elos que vimos estabelecendo entre nossas classes políticas, nossos setores privados e nossas sociedades contribuirão para uma região cada vez mais unida no propósito de oferecer melhores condições de vida a nossa gente.
Central nesse empreendimento é a relação Brasil-Argentina, que vive hoje um momento de plenitude e avança em um vasto espectro de iniciativas que incluem áreas como a cooperação em matéria espacial e dos usos pacíficos da energia nuclear. E cada vizinho na América do Sul receberá uma atenção crescentemente diferenciada. Caberá aos Governos trabalhar mais e melhor para cobrir as lacunas de conhecimento e interação que ainda caracterizam o relacionamento entre os países da região. Nosso destino comum exige que conheçamos melhor a História, a demografia, o potencial econômico e a cultura uns dos outros – da Terra do Fogo à Ilha de Margarita. Não se faz integração sem diálogo permanente, sem engajamento intelectual e até mesmo, diria eu, sem emoção e idealismo. É nessa direção que precisamos trabalhar.
Para além da América do Sul, o processo que teve origem na Cúpula América Latina e Caribe da Costa do Sauípe se consolida na Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos – a CELAC. Continuaremos engajados na pauta de cooperação com os países caribenhos, tendo como marco principal a Cúpula Brasil-CARICOM. Nosso compromisso com o Haiti, que enfrenta renovados desafios, insere-se nesse contexto.
A prioridade atribuída à vizinhança não se dará em detrimento de relações estreitas com outros quadrantes do Sul ou do mundo desenvolvido. Interessa-nos intensificar relações com uma pluralidade de parceiros nas esferas do comércio, dos investimentos, do diálogo político, entre muitas outras. Em um mundo no qual não se dissiparam ainda totalmente as dicotomias Norte-Sul, a ação diplomática do Brasil pode contribuir para a promoção de relações mais equilibradas em torno a interesses compartilhados. Nossos próprios imperativos de desenvolvimento econômico, social e tecnológico orientarão a busca de parcerias em uma variedade de temas, que incluirão a educação, a inovação, a energia, a agricultura, a produtividade industrial, a defesa; sem descuidarmos do meio ambiente, da promoção dos direitos humanos, da cultura, das questões migratórias.
Não enumerarei todas as parcerias estratégicas já estabelecidas, ou todos os mecanismos de aproximação inter-regional desenvolvidos nos últimos anos, sob a chefia do Embaixador Celso Amorim, que continuaremos a cultivar e aprimorar. Singularizo o IBAS, pelo seu valor emblemático como “mecanismo ponte” entre três grandes democracias multiétnicas do Sul. Acrescento que conversei com a Presidenta Dilma a respeito de um programa de viagens presidenciais para os próximos meses, que incluirá visitas aos países vizinhos e a alguns de nossos principais parceiros econômicos e comerciais, como Estados Unidos e China.
A Cúpula da ASPA, a realizar-se na capital peruana no próximo mês de fevereiro, constituirá uma valiosa oportunidade de contato da Presidenta com líderes da América do Sul e do mundo árabe. Comprometo-me ademais a manter uma agenda ativa com nossos parceiros na África – intensificando nossa cooperação e nosso diálogo com o continente irmão.
O comparecimento à posse da Presidenta Dilma de altos representantes de uma variedade de países, vários dos quais hoje aqui presentes – sejam de nossa região, da Europa, da África, do Oriente Médio ou do Extremo Oriente –, só pode ser visto como uma manifestação recíproca do interesse de Governos de todas as partes do mundo e de todos os níveis de desenvolvimento em fortalecer seus vínculos com o Brasil. Com relações diplomáticas que se estendem a virtualmente todos os países membros das Nações Unidas, o Brasil pode afirmar que pratica, hoje, uma diplomacia verdadeiramente universal.
Em paralelo à prioridade regional, à diversificação inclusiva de parcerias e ao aperfeiçoamento da governança global, não poderia deixar de mencionar a importância que continuaremos a atribuir às comunidades brasileiras no exterior. Seguiremos valorizando as atividades consulares e daremos continuidade a iniciativas pioneiras como a do Conselho de Representantes dos Brasileiros no Exterior.
A par dos progressos já alcançados, cumpre reconhecer que muito resta por realizar para que o Brasil se afirme como o País socialmente justo e democrático com que sonhamos; para que seu lugar no mundo reflita plenamente nossa vocação para o diálogo e a cooperação. Em última análise, esse será sempre um projeto inacabado, em que uma geração transfere para a seguinte as suas conquistas e as aspirações ainda não realizadas.
Surgirão desafios nas áreas econômica, financeira, comercial, ambiental que exigirão cuidadosa coordenação interna envolvendo diferentes setores do Governo e contatos com o setor privado, sindicatos, sociedade civil. A preocupação com a competitividade de nossa indústria e com a composição de nossa pauta exportadora requererá estratégias capazes de oferecer oportunidades para que conciliem interesses ofensivos e defensivos.
Manteremos contato com a presidência francesa do G-20 Financeiro e outros interlocutores, entre os quais os BRICS, para assegurar um ambiente propício à sustentabilidade da recuperação econômica e infenso a pressões protecionistas. Com o mesmo objetivo trabalharemos por resultados ambiciosos e equilibrados nas negociações da Rodada de Doha.
Senhoras e Senhores,
Comprometo-me a fazer o necessário para desenvolver uma comunicação abrangente com as diferentes Pastas do Executivo com as quais não podemos deixar de trabalhar em sintonia, como Justiça, Defesa, Indústria e Comércio, Fazenda, Direitos Humanos, Meio Ambiente, entre outras. O mesmo com relação ao Legislativo e ao Judiciário e, em sentido amplo, à sociedade civil, à comunidade empresarial, ao cidadão comum. Gostaria de ver o Itamaraty em contato com todos os Estados da Federação. Na verdade, a política externa serve a todas as esferas governamentais, e a todas as regiões do País. Por essa mesma razão, não devemos ser tímidos ao postularmos a alocação de recursos adequados para levarmos adiante nosso trabalho.
Importante também dizer que devemos à opinião pública, em cada circunstância específica, esclarecimentos sobre como encaramos o mundo e em que espírito interagimos com ele. Assim contribuiremos para o debate aberto e honesto que desejamos continuar promovendo sobre nossa política externa.
Senhoras e Senhores Embaixadores, caros colegas, amigo todos,
Temos diante de nós muito trabalho, em muitas frentes. Mas herdamos um País em excelentes condições econômicas e políticas; dispomos de uma Chancelaria que inspira respeito mundo afora; nos beneficiamos de um período de liderança particularmente inspirada e criativa. Sem minimizar os desafios do futuro, quero assegurar-lhes que dedicarei minha energia física e mental, o compromisso de uma vida inteira dedicada à diplomacia e alguma sabedoria e bom humor que terei adquirido no convívio com minha mulher, Tania, e com meus filhos, Miguel e Thomas, para contribuir para um Brasil, uma América do Sul e um mundo cada vez mais prósperos, justos e democráticos.
Muito obrigado.

Reunião dia 8 de janeiro EUA

Para quem passar pela Flórida, no próximo sábado, encontro com os conselheiros da América do Norte e Caribe: Silair, Ronney, Fausto e Ester. Centro de Família da PIBFlórida, 1103 NE 33rd st Pompano Beach, entre as 10h e as 12h. Para mais informações, acessar: http://www.crbeamericadonorte.com